terça-feira, 18 de maio de 2010

Contexto sócio cultural do início do século XX

O início do século caracteriza-se por uma instabilidade social, política e económica decorrente da instauração da República (1910) e das questões que a ela levaram.
Assinale-se assim como factores principais a corrida à colonização de África que resulta, para Portugal, no Ultimato (1890), profunda humilhação para os sentimentos nacionais, bem como os sucessivos problemas económicos e sociais resultantes da industrialização dependente de capitais estrangeiros e dos movimentos reivindicativos do operariado. Mais tarde, a entrada de Portugal na primeira Guerra Mundial (1914-1918) vem agravar a situação; no plano ideológico nota-se então um profundo sentimento nacionalista, a par de uma corrente fortemente positivista e idealista.
No plano literário, fazem-se ainda sentir influências simbolistas e decadentistas, enquanto matura já o que se chamará o modernismo: o saudosismo de Teixeira de Pascoaes encontra a sua expressão na Renascença Portuguesa, a par com as outras tendências citadas, continuando-se na revista Águia.
O modernismo cedo se faz anunciar, dissidindo das tendências acima apontadas, com a saída de Fernando Pessoa da Águia e a criação do Orpheu, projecto vanguardista que agita a vida cultural portuguesa. Entre os mais activos intelectuais do grupo encontram-se, para além de Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros e Santa-Rita Pintor, que introduziram as novidades plásticas e literárias de futurismo. Ao Orpheu, de publicação efémera (2 números) seguiram-se outras publicações como o Centauro, Ícaro, Portugal Futurista e Athena.

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