terça-feira, 18 de maio de 2010

O primeiro modernismo e a revista "Orfeu"

Na segunda década do século XX, surge uma tentativa de renovação da poesia portuguesa,no seio de um movimento de vanguarda impulsionado e liderado pelos mentores do Orpheu, revista literária que concretiza os projectos literários de Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro depois das suas dissidências da Águia. Em 1913, Sá Carneiro publica os poemas da Dispersão e Pessoa compõe "Paúis" (só mais tarde publicado), relacionando-se com Almada Negreiros e abordando em conjunto uma nova estética literária – e uma nova revista que possa ser a sua voz. Irão consegui-lo em 1915, com a publicação do Orpheu que, a par de alguma teoria estética do modernismo, apresenta já alguns exemplares de paulismo e interseccionismo, a par de outros que podem considerar-se decadentistas.
A crítica à nova revista foi violentíssima, mas os seus mentores publicaram ainda um segundo número, não chegando o terceiro a ser publicado por dificuldades financeiras. No entanto, a actividade deste grupo modernista continua a manifestar-se em publicações de curta duração, como Centauro, Portugal Futurista ou Contemporânea. Inicialmente manifestando vestígios de estética decadentista ou simbolista, rapidamente evoluiu para estéticas de vanguarda como o paulismo, o interseccionismo ou o futurismo.

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